O espetáculo da morte

Olá pessoal. O blog andava meio parado porém o tempo disponível me permitirá atualizá-lo a cada semana a partir de agora.
Para iniciar essa nova fase de postagens gostaria de iniciar com o fato mais marcante dessa última semana. Sim, a super comentada e expetacularizada notícia da morte de Michael Jackson.
Não vou me reter aqui a falar do sucesso na juventude tampouco do marasmo pelo qual a carreira desse super astro passava, já há quase uma década não emplacava hit algum de sucesso. Nem vou me reter a comentar sua vida particular, o que quero criticar aqui é mais uma vez a cobertura bizarra e espetaculosa que a mídia brasileira e mundial protagonizaram nos dias seguintes após a morte do astro.
Primeiro, a mídia e a pessoas em geral tendem sempre a estabelecer como sendo bonzinho ou quase santo o personagem que morre, por pior que ele tenha sido. A exemplo da morte do ACM ou PC Farias, pareciam santos na cobertura midiática.
Enfim, tiranto isso ainda resta o fato da espetacularização. Não é só porque aparecem fotos de Michael sendo atendido ou a gravação da ligação do funcionário do "rei do pop" chamando a ambulância, que isso deva ser veiculado para o público. Me parece uma espetacularização cruel e indecente abusar desta forma da morte. Algo exageradamente mórbido.
Não basta apenas informar como foi essa ligação, é preciso mostrá-la ao vivo? Que o povo gosta de morbidez é fato, porém nossa função como jornalistas minimamente decentes é evitar que essa morbidez e desejo pela audiência fale mais alto.
E mesmo que o programa não seja jornalístico; radialista sou apresentadores de TV sejam decentes e parem de explorar a morte alheia.
Outro ponto pífio, agora da parte da família Jackson. Provavelmente por dinheiro, abrirá o enterro para que redes de TV e mais de 17 mil pessoas possam estar num ginásio durante o velório.
Abrir o velório para o público não me parece algo muito ético de se fazer, afinal, não se tem idéia do tipo de pessoa que estará ali prestando a tal "homenagem póstuma", fora que se corre o risco de transformar o velório num show, num espetáculo. Alguém aí lembra do enterro da Eloa em Santo André? O povo foi lá para tirar foto do caixão e da família, comos e fosse uma festa, um evento!!
Transformar o pós morte num show é uma atitude deplorável e estúpida ao meu modo de pensar.
Veja como é bizarro: Pela internet você acessa um site e se inscreve para poder retirar depois o ingresso que leh eprmitirá acompanhar o velório. Velório este que será num estádio!!
Veja como a situação é totalmente contraditória, chorar a morte de um ídolo num estádio com transmissão ao vivo e ingressos... parece mais um show de arromba!!
Por último, queria terminar criticando todos os programas-urubus, sempre a espreita da próxima tragédia para se manter com pautas e reportagens. Poxa, será que os pauteiros e diretores destes programas como "A tarde é sua" e "SUPER POP" ambos da Rede TV!, são tão incompetentes e pouco dignos que não conseguem pensar em outro tipo de pautam ou tema????
E ainda assim foi atestado pelo STF que não se precisa de formação em jornalismo para ser um pauteiro ou escrever textos jornalísticos para programas de TV e rádio.
Imagine então o que virá por aí quando pessoas que sem a formação ética que o curso em jornalismo obriga ter, começarem a se ver na função de pautar tragédias e mortes de famosos!!
Triste futuro e presente de grande parte de nossa imprensa!!!